sábado, 14 de novembro de 2009

Ap 02 (12-17) Igreja de Pergamo

PÉRGAMO – RELATIVISMO MORAL E DOUTRINÁRIO

INTRODUÇÃO:

1. A tese que defendemos quanto às sete igrejas da Ásia que receberam o livro de Apocalipse é que elas são representativas de todo o período da Igreja.

§ Daí o número 7 indicando algo completo.

2. O objetivo de Jesus é alertar a sua Igreja em toda a sua trajetória histórica quanto a certos problemas ou perigos que estavam presentes naquelas igrejas.

3. Das sete igrejas apenas duas não receberam nenhuma repreensão de Jesus: Esmirna e Filadélfia.

§ O que nos leva a concluir que devemos olhar para elas como modelos.

4. As outras cinco: Éfeso, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Laodicéia apresentam problemas muito próprios que serão problemas observados nas comunidades cristãs através da história, e que devem ser olhados por nós como perigos a evitar.

§ Éfeso – substituir a dependência pela experiência.

§ Pérgamo – relativizar a doutrina e a moral.

§ Tiatira – não ter liderança idônea.

§ Sardes – viver de aparência.

§ Laodicéia – viver de forma autônoma e elitizada.

5. Nos deteremos hoje em Pérgamo.

§ O relativismo moral e doutrinário era o grande problema de Pérgamo.

6. Precisamos tecer algumas considerações preliminares sobre Pérgamo antes de nos determos no seu problema apontado por Jesus.

PRIMEIRA CONSIDERAÇÃO – PÉRGAMO ERA UM IMPORTANTE CENTRO POLÍTICO.

1. Era a mais importante cidade da Ásia e segundo Plínio a mais famosa.

2. Começou a destacar-se depois da morte de Alexandre Magno em 333 a.C.

3. Foi capital da Ásia por 400 anos.


SEGUNDA CONSIDERAÇÃO – PÉRGAMO TORNOU-SE UM GRANDE CENTRO CULTURAL.

1. Tornou-se famosa pela sua biblioteca de 200.000 pergaminhos.

§ A segunda maior biblioteca do mundo.

§ A primeira era a de Alexandria no Egito.

2. Pergaminho deriva-se de Pérgamo.

§ O papiro do Egito era o material empregado para se escrever.

§ No século III a.C. Eumenes, rei de Pérgamo, resolveu transformar a biblioteca de Pérgamo na maior do mundo. Convenceu Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de Alexandria, a vir para Pérgamo.

§ Ptolomeu, rei do Egito, então, embargou o envio de papiro para Pérgamo.

§ Daí inventaram em Pérgamo um material superior ao papiro, feito de couro alisado, que passou a ser chamado de pergaminho.

§ Pérgamo gloriava-se de seus conhecimentos e de sua cultura.

TERCEIRA CONSIDERAÇÃO – PÉRGAMO FOI CHAMADA POR JESUS DE TRONO DE SATANÁS POR SER UM CENTRO RELIGIOSO MUITO PODEROSO.

1. Em Pérgamo existia um grande panteão de deuses, com altares de várias divindades pagãs.

2. No topo da Acrópole ficava o famoso templo dedicado a Zeus, uma das sete maravilhas do mundo antigo.

§ Todos os dias se levantava a fumaça dos sacrifícios prestados a Zeus.

3. Em Pérgamo havia também o culto a Esculápio, o deus serpente das curas, ou “deus salvador” como era conhecido.

§ Seu colégio de sacerdotes-médicos era famoso.

§ Naquela época havia 200 santuários de Esculápio espalhados pelo mundo.

§ A sede era em Pérgamo.

§ Ali estava também a sede de uma famosa escola de medicina.

§ Para ali convergiam pessoas doentes do mundo inteiro em busca de saúde.

§ A crendice estava entrelaçada com a ciência.

§ Galeno era de Pérgamo. Grande médico só superado por Hipócrates.

§ As curas eram atribuídas a Esculápio, o deus-serpente.

§ Esse deus-serpente ostentava o título de “salvador”.

§ O emblema de Esculápio era uma serpente que é, até hoje, o emblema da medicina.

4. Outro culto importante de Pérgamo era o Culto ao Imperador.

§ No ano 29 a.C. foi construído em Pérgamo o primeiro templo a um Imperador vivo, o Imperador Augusto.

§ Uma vez por ano os súditos deveriam vir a Pérgamo, ao templo de César e queimar incenso ao Imperador e proclamar: “César é o Senhor”.

§ Depois poderiam ter qualquer outra religião.

§ Isto era um símbolo de lealdade a Roma.

§ Havia assim essa aparente liberdade religiosa desde que fosse feito o culto ao Imperador.

§ Esse foi o grande teste para os cristãos daquele período.

PROPOSIÇÃO – À luz dessas considerações quero lhes propor que esta carta de Jesus a Pérgamo tem por objetivo nos alertar quanto a dois grandes perigos que estavam assolando aquela comunidade de cristãos do I século.

PRIMEIRO PERIGO – RELATIVIZAÇÃO DOUTRINÁRIA

1. A igreja de Pérgamo começou a negociar a verdade.

§ A verdade deve ser entendida como relativa.

§ No meio de tantas divindades pagãs que proclamavam suas “verdades” a igreja foi fortemente atacada a ser apenas “uma verdade” dentre outras.

§ Isto visava também acomodá-la ao culto ao Imperador. O cristão foi minado, por medo da perseguição, a aceitar “outras verdades” tornando assim a doutrina bíblica relativa.

2. As doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas começaram a predominar em Pérgamo.

§ Havia assim ensinos estranhos no seio da comunidade sendo tolerados.

§ Tanto a doutrina de Balaão como a doutrina dos Nicolaítas representavam formas licenciosas de Gnosticismo, que foi a principal heresia que atacou o Cristianismo nos primeiros 150 anos de sua história.

§ O que aquele relativismo doutrinário procurou destruir?

§ A autoridade de Jesus.

§ Se a verdade é relativa então Jesus não pode ter a palavra final.

§ Isto foi minado naquela comunidade cristã através do Gnosticismo presente nas doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas.

§ Negavam a verdade da encarnação, ou seja, a fusão das naturezas divina e humana em Cristo.

§ Negavam qualquer idéia de expiação pela morte de Jesus.

§ Fariam de Cristo apenas uma emanação angelical, um pequeno deus entre outros.

§ Quando muito Jesus teria sido apenas um mártir.

§ É exatamente isto que está sendo reacendido em nossos dias através de escritos como o Código da Vinci e agora o “Evangelho Segundo Judas” (textos gnósticos daquele período).

SEGUNDO PERIGO – RELATIVIZAÇÃO MORAL

1. O pensamento Gnóstico presente na doutrina de Balaão e na doutrina dos Nicolaítas procurou lidar com a dicotomia entre a matéria e o espírito de duas maneiras:

§ Através do ascetismo:

ü A negação do prazer.

ü A destruição da matéria.

§ Através do liberalismo:

ü A doutrina de Balaão é mais identificada com o liberalismo ético.

ü Em Números 22 a 24 está a narrativa sobre como Balaão tentou corromper o povo de Israel.

ü Segundo as tradições judaicas Balaão se tornou símbolo de todos quantos ensinavam ou encorajavam o povo a envolver-ser em idolatria, o que incluía os vícios pagãos que acompanhavam esse sistema, ou seja:

→ os excessos da gula;

→ do alcoolismo;

→ da prostituição.

ü Entregando-se assim às devassidões da matéria essa seria vencida, dando lugar à verdadeira espiritualidade.

ü A conseqüência prática disso é que se a verdade é relativa a liberdade deve ser absoluta.

ü Esse é o pensamento dominante dos nossos dias.

ü A chamada Nova Era tem ensinado que Lúcifer é o verdadeiro libertador, pois ele não coloca nenhuma restrição aos desejos carnais. Jesus é quem aprisiona o homem; Lúcifer liberta.

2. Como isto pode nos afetar hoje?

§ Através da anomia.

§ Negação da lei.

§ Estamos livres em Cristo de todo o domínio da lei.

§ Portanto podemos namorar como quisermos, trair nosso cônjuge, praticar imoralidade via internet.

§ Podemos apresentar programas eróticos na televisão. Podemos “trabalhar” como garotas de programa, etc.

CONCLUSÕES

1. Jesus se apresenta como aquele que tem uma afiada espada de dois gumes.

§ Verso 12.

§ Não é a nossa racionalidade que é o padrão (Tiago 3:13-18) para fazer frente às heresias: doutrinária e moral com o seu relativismo. Jesus se apresenta como “A Verdade Absoluta”.

2. Pastores modelo como Antipas preservam igrejas de total contaminação.

§ Verso 12.

3. Galardões especiais aguardam os que se mantêm fiéis. (verso 17)

§ O maná escondido.

§ Uma pedrinha branca.

ü Usada como bilhete de entrada em festivais públicos é o símbolo de nossa entrada para as Bodas do Cordeiro.

ü Fala-nos também do nosso relacionamento individualizado com Deus.

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